quinta-feira, 8 de abril de 2010


Fadas

devo de ir, fadas
inseto voa e cego sem direção
eu bem-te-vi, nada
ou fada borboleta ou fada canção
as ilusões, fartas
a fada com varinha virei condão
rabo de pipa, olho de vidro
pra suportar uma costela de Adão
um toque de sonhar sozinho
te leva em qualquer direção
de flauta, remo ou moinho
de passo a passo passo

(Luiz Melodia)

quinta-feira, 25 de março de 2010

Já experimentei tantas vezes essa sensação enganadora de moça boba: a impressão de iminência. É uma sensação de que algo vai acontecer no próximo minuto. Então, os olhos ficam inquietos e os outros sentidos todos atentos, à postos, a atenção multiplicada em milhares de antenas que sentem ao longe uma estática estranha, que atrapalha a percepção, e ilude ainda mais, porque confunde, e no poder ou no privilégio da dúvida, do "será?", a expectativa sente-se em casa e relaxa. Eu não. Tive um dia maluco. Muitas pessoas, muitas conversas, muito trabalho, muitas risadas, muitas conquistas, muitas palavras, muito carinho, muita vida, e ainda assim... sinto um vazio. Um vazio que não me larga, e que é espaçoso, e barulhento e espinhoso, e impaciente e faz a boca do meu estômago ficar apertada, e minhas costas contraídas e minha vaidade impiedosa, me cobrando o que posso fazer para melhorar, para aproximar, para acontecer, para vislumbrar, uma brechinha que fosse, desse algo que anseio e já nem sei mais o que é de verdade, e se quero tanto assim. Sei que nada de especial vai acontecer. O especial da minha vida já está todo nas minhas mãos. Tenho tudo e mais um pouco do que preciso, não há razão para esperas. A ânsia que insiste, é o meu lado insano, que deseja abraçar a insanidade de crenças que não são pra se alcançar, são apenas, e tão somente, vontades e desejos e delírios que devem residir onde já residem, no CASTELO DO NUNCA.

sábado, 23 de maio de 2009

Ontem um sonho acabou
Mas a vida continua
E eu vou estar sorrindo
E isso não quer dizer
Que eu não possa mais sonhar
Preciso ser mais eu, continuar sorrindo
Sou mais forte
Vou viver bem melhor
O veneno que jogaram na minha alegria
Virou o soro contra toda tristeza
Ganho mais um dia em minha vida
Agradeço e vou atrás sorrindo
Sou mais forte
Vou viver bem melhor...
(Sorrindo - Aliados)


E meu queridíssimo escreveu assim:

"Não tenha medo, vai passar. Não tenha medo, menina. Você vai encontrar um jeito certo, embora não exista o jeito certo. Mas você vai encontrar o seu jeito, e é ele que importa. Se você souber segurar, pode até ser bonito".

Caio F.

sábado, 2 de maio de 2009

Tem horas em que alguma coisa em nós faz tanto barulho que nos deixa surdos: a gente perde o controle do que sente sem saber ao certo o que está sentindo. Parece que, em alguns momentos, a gente simplesmente enlouquece...

De vez em quando, desce sobre mim uma avalanche de tristeza. Eu não sei bem a razão porque isso ocorre; é apenas aquela sensação de impotência se agigantando, se apoderando, paralisando.

Talvez sejam as incompreensões - são tantas! Tanta coisa que não se pode modificar, resolver, dissipar... Talvez seja por conta do sofrimento alheio, ao redor, longe ou perto, que acompanho com o coração apertado de uma dor que nem é minha, mas que me gruda na pele, quase me sufoca...

E vai me dando essa agonia intensa, inexplicável, quase surreal - considerando que a minha vida, em si, caminha pelo caminho do meio, com entraves simples (graças!), com pequenas coisas normais e cotidianas, sem maiores aborrecimentos de fato.

Mas fica lá a angústia, uma vontade de chorar - coisa que não faço, já que as lágrimas nunca caem...uma ansiedade latente. Fora a impressão de já saber o final de algumas histórias e não poder mudar o cenário, não poder 'salvar' os envolvidos, não conseguir alterar os rumos.

Inquietação é a palavra. E uma curiosa solidão - ainda que se tenha tanta gente em volta...

quinta-feira, 16 de abril de 2009

NOSTALGIA

A moça dos olhos d'água falou de amores.
Trouxe por email recordações do passado,
onde divagava se os caminhos fossem diferentes.
E me pus a pensar o mesmo.
E se o caminho tivesse sido diferente, eu seria essa de agora?
Traria outros contornos existenciais, viveria num outro país?
Teria confirmado expectativas? Ou o lúdico continuaria a insistir?
Amar sempre vale a pena e por ele faria tudo outra vez.
E vamos assim reescrevendo nossa história...

segunda-feira, 23 de março de 2009

segunda-feira, 9 de março de 2009

Como dizia Drummond, o ano só começa depois do carnaval...